quinta-feira, 10 de março de 2011


Na Romênia, um homem dizia sempre a seu filho: “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado!”. Houve, nesta época, um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções lá existentes. Estava, nesta hora, este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho estava na escola. Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou uma única parede de pé… Tomado de uma enorme tristeza, ficou ali ouvindo a voz feliz de seu filho e sua promessa. (Não cumprida)… “Haja o que houver: eu estarei sempre a seu lado!”. Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de seu filho e sua promessa não cumprida o dilaceravam. Mentalmente, percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente, segurando sua mãozinha. O portão (que não mais existia)… Corredor… Olhava as paredes vendo aquele rostinho confiante… Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar. Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão… Corredor… Virou à direita… E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe. Olhava tudo… Desolado… E continuava a ouvir sua promessa: “Haja o que houver, eu sempre estarei com você!”. E ele não estava… Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo: “Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. Vá para casa.”. Ao que ele retrucava: “Você vai me ajudar?”. Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não haviam chances de ter sobrado ninguém com vida. Haviam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era: “Você vai me ajudar?”. Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa… “Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que querem te ajudar, pois continuam havendo explosões e incêndios.”. Ele retrucava: “Você vai me ajudar?”. “Você está cego pela dor, não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça.”. “Você vai me ajudar?”. Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava dali. 5h/10h/12h/22h/24h/30h… Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu: “Pai… Estou aqui!”. Feliz, fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou: “Você está bem?”. “Estou. Mas com sede, fome e muito medo.”. “Tem mais alguém com você?”. “Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo; estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem!”. Apenas se conseguia ouvir seus gritos de alegria. “Pai, eu falei à eles: ‘Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar.’. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora… ‘Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.’.”. “Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco.”. “Não! Deixe eles saírem primeiro… Eu sei que haja o que houver… Você estará me esperando!”.
everythingsoconfusing

Essa história mexeu muito comigo. MUITO MESMO.

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